11 de abr. de 2013

LEGO The Lord of the Rings


Desde o final da longa carreira do PlayStation 2, a Traveller’s Tales tem trabalhado com a licença dos bonecos e blocos de montar da dinamarquesa LEGO para adaptar franquias como Harry Potter, Indiana Jones, Pirates of the Caribbean e Star Wars.
Dessa vez, é a vez dos bonequinhos amarelos assumirem o papel da Sociedade do Anel e dos habitantes da Terra-Média em LEGO The Lord of the Rings, game que conta toda a aventura de Frodo Bolseiro desde a sua saída no Condado até à chegada às Montanhas da Perdição.
Gigantesco como o universo de J.R.R. Tolkien, a desenvolvedora se esforçou para criar um jogo fiel à série, mas capaz de, ao mesmo tempo, agradar aqueles que têm pouca ou nenhuma familiaridade com a série. Será que tudo isso faz valer essa viagem à Terra-Média ou é melhor deixá-la para lá?
Aprovado
Aliste-se para a Guerra do Anel
Um dos maiores destaques de LEGO Lord of the Rings está na adaptação da gigantesca trama presente na trilogia de O Senhor dos Anéis. Em cerca de oito horas, o game apresenta fases que adaptam muito bem os principais eventos dos filmes. Tudo isso de uma maneira que concilia o bom humor da série LEGO e a seriedade necessária em determinados momentos da narrativa.
Além da fidelidade da retratação dos personagens e ambientes, é interessante notar também a criatividade da equipe de desenvolvimento para transformar alguns episódios da saga de Frodo em fases espetaculares e divertidas.
Desde o primeiro encontro com os Nazgûl até as batalhas contra legiões armadas com olifantes, o game e bastante dinâmico e incrivelmente bem adaptado. Reviver os principais momentos da saga reimaginados com os blocos de montar é uma experiência incrível e capaz de surpreender até mesmo aqueles que não são versados no universo de Tolkien.
A Terra-Média em todo o seu esplendor
A ideia de um mundo servindo como hub não é nova nos games da série LEGO. Em Pirates of the Caribbean havia um enorme porto que permitia aos jogadores, além de selecionar as fases inspiradas em cada um dos quatro filmes da série, realizar diversas tarefas e atividades, assim como adquirir personagens e itens secretos.
Apesar de esse e outros hubs presentes na franquia LEGO já serem bastante grandes, The Lord of the Rings eleva isso a outro nível ao oferecer uma versão da Terra-Média completa para cumprir esse papel.
Img_normalDesse modo, além de todas as fases inspiradas nos eventos da trilogia, os jogadores podem a qualquer momento perambular pelos locais onde já passaram em busca de novos segredos e itens escondidos. O tamanho do território é tão grande que desta vez a Traveller’s Tale criou pontos de teletransporte entre cada localidade para facilitar o trânsito entre as regiões.
Uma árdua tarefa que não precisa ser feita sem ajuda
Se há algo que não muda na franquia LEGO (e devemos agradecer à Traveller’s Tale por isso) é o fato de que os games da série possuem um dos melhores cooperativos. Como há pelo menos dois personagens em cena sempre, ter a ajuda de um segundo jogador para integrar a sua sociedade do anel particular é uma verdadeira mão na roda.
Além disso, o design do game contribui e incentiva a cooperação entre os dois jogadores, criando oportunidades para que a dupla trabalhe em conjunto utilizando as habilidades distintas de cada personagem – algo que só aumenta a diversão e recompensa o trabalho em equipe.
Img_normalHoras de exploração
Ok, a Guerra do Anel já acabou, você já visitou toda a Terra-Média e o Um Anel já foi destruído. O que ainda dá para fazer? Muita coisa! Como de costume na franquia, completar o modo história habilita o Free Play: um modo especial no qual todas as fases podem ser visitadas com qualquer personagem. Isso possibilita que os mais empenhados visitem cada estágio novamente em busca de segredos escondidos.
Caso isso não seja o bastante, cada localidade específica do hub da Terra-Média também esconde seus próprios segredos, como personagens secretos que podem ser comprados, e blocos de Mythril – os quais substituem os tradicionais blocos dourados presentes em outros games LEGO e são utilizados como matéria-prima para diversos equipamentos especiais.
Img_normalTudo isso resulta em conteúdo o suficiente para preencher pelo menos 30 horas de jogo para os aficionados que quiserem obter os 100% do game. Uma experiência recompensadora não apenas por conta das conquistas (ou troféus), mas também pelo prazer de descobrir bônus como uma fase secreta na qual é possível controlar dois grandes vilões da história. Nada como receber algo em troca após tanta exploração.
Reprovado
Engasgando de novo?
Apesar de todas as suas qualidades, a franquia de games LEGO também é conhecida por alguns problemas que, apesar de menos frequentes, continuam aparecendo. É o caso de quedas bruscas na taxa de quadros durante os momentos de maior intensidade e pequenos bugs que atrapalham a jogabilidade.
Apenas para exemplificar o último item, logo após a Sociedade do Anel ter sido formado, o boneco de Legolas (que estava sendo controlado pela inteligência artificial) caiu em um rio. Continuando a jornada sem perceber a queda do elfo, cheguei a um local que precisava de sua habilidade especial para poder ser atravessado. Ao tentar retomar o seu controle, qual não foi a minha surpresa (e frustração, posteriormente) ao descobrir que Legolas estava preso em um ciclo eterno de morte e ressurreição sobre um rio. Triste, para dizer o mínimo.
Vale a pena?
Após tantos jogos lançados representando as mais diversas franquias do cinema e dos quadrinhos, alguns podem pensar que basta ter jogado um único jogo LEGO para saber como são todos os outros. The Lord of the Rings, no entanto, chega para demonstrar que isso não é bem verdade.
Apesar de compartilhar alguns dos problemas encontrados em seus antecessores, o game marca uma evolução na série ainda maior que a encontrada em LEGO Batman 2 e oferece ainda muito mais do que os já extensos games anteriores da franquia.
Além disso, The Lord of the Rings terá um gosto ainda mais especial para os fãs de Tolkien, que verão o universo pelo escritor representado de maneira fidedigna, ao mesmo tempo em que continua digerível por aqueles que possuem pouco conhecimento da série. Desse modo, não é arriscado dizer que a série LEGO encontra aqui o seu melhor título até agora.

Análise Dead Space 3


Ambientação incrível de todo o universo
Nos dois primeiros games da franquia de luta contra os Necromorphs, Isaac geralmente se encontrava confinado em naves espaciais ou em outros locais bastante fechados e pouco arejados. Desta vez, a alternância de locações leva a dupla de protagonistas a planetas diferentes, naves espaciais grandes e, a transportes menores.
Em qualquer que seja o caso, o ambiente sempre entrega uma sensação de tensão e de insegurança. Mesmo que não haja nada em sua frente, como no caso do mundo da tempestade de neve, você nunca se sente seguro o suficiente para afastar seu dedo dos botões de tiro.
Sistema de combate continua magnífico
Em termos de interface com o jogador, Dead Space é pioneiro em diminuir a quantidade de informações na tela e usar a própria armadura dos personagens para demonstrar as informações úteis. A mecânica de movimentação e de combate também é incrível, pois os confrontos são dignos de jogos de ação, sem que o clima de tensão seja substituído por uma correria e por simples empolgação de atirar.
É sempre preciso que os jogadores atirem objetivamente e tomem decisões rápidas em meio ao campo de batalha. A munição nunca é o suficiente para matar um Necromorph se você não intencionar o desmembramento da criatura. A possibilidade de utilizar as próprias partes arrancadas da criatura para empalar o bicho ainda deixa os jogadores sorrindo de orelha a orelha.
Mais do que “um coleguinha" no campo de batalha
Podemos fazer vários apontamentos sobre as características de Dead Space 3 e tudo o que o game entrega aos jogadores. Mas é certo que, quando a EA anunciou na E3 do ano passado que o jogo estava em processo de desenvolvimento, nada chamou mais a atenção dos gamers do que saber que o vindouro título contaria com modo cooperativo.
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A desconfiança acabou se tornando expectativa, e Dead Space 3 mostra que foi construído para ser jogado em dupla — e não sozinho. A parceria entre os dois protagonistas favorece não só o avanço durante a jogatina, como também mostra muitos mais detalhes da história, diálogos extras e até permite que você realize algumas missões opcionais. Aprovadíssimo!
Img_normalAinda seguindo o mesmo raciocínio, as bancadas de Bench fazem com que os gamers tenham dúvidas sobre qual seria o melhor local para investir os escassos recursos coletados durante a campanha. Será que vale mais a pena deixar a armadura de Isaac mais resistente, alguma de suas armas mais possantes ou, se for o caso, criar itens adicionais de cura? Tudo isso aumenta muito o quesito de "replayability" ("rejogabilidade") de Dead Space 3.

Por favor, levante o volume!
O design sonoro de Dead Space é digno de comparações com as melhores obras cinematográficas existentes. A trilha sonora do game é parte integrante da jogabilidade, sendo que ela atua quase como um personagem que acompanha Isaac e John o tempo inteiro. Prova disso é que, se você tirar o som do jogo nem que seja por apenas um instante, parece que você está sozinho no mundo.
Os sustos não são mais os mesmos, as criaturas não causam tanto medo e a magia que o ambiente consegue criar se esvai em pleno ar. Exceto em ambientes de vácuo, nos quais o silêncio é sepulcral e faz com que você se sinta mais aterrorizado ao ver as criaturas e não poder escutá-las se aproximando.
Jogar mais vezes: boa ideia!
Um ponto curioso em Dead Space 3 é o fato de que a jogatina fica mais interessante a partir da segunda vez. Isso ocorre porque o complexo sistema de confecção e aprimoramento de armamentos, armaduras e construção de itens tem muito mais a oferecer do que podemos extrair em apenas uma passagem pelo jogo. Depois que você termina a campanha e desvenda o rumo dos fatos, o game faz um convite para que você volte a jogar ao abrir a dificuldade "New Game +".

Crysis 3


    Você nunca viu um jogo com gráficos como os de "Crysis 3". Os efeitos de luz, a vegetação, a água escorrendo na tela após um mergulho, cada detalhe do cenário é de encher os olhos. Mesmo nos consoles, que rodam algo próximo da configuração 'média' do PC, o game dá um show de efeitos visuais - uma façanha e tanto nesse final de geração.

    Poucos vão rodar "Crysis 3" em sua configuração "ultra high" no PC, a mais alta possível, mas se você tem uma boa máquina em casa, vai impressionar os amigos com o poderio gráfico desse jogo. É um game que, ao lado de "Far Cry 3", por exemplo, já dá aquele gostinho de 'próxima geração' ao jogador.

    A sensação ao jogar este game é a mesma de quando o primeiro "Crysis" foi lançado em 2007. Após o bonito mas não tão impressionante "Crysis 2", a Crytek conseguiu levar a franquia de volta ao pódio dos 'melhores gráficos' em um jogo eletrônico.
  • Liberdade de ação
  • Só beleza não põe mesa, já dizia o ditado. "Crysis 3" não é uma demonstração técnica, mas sim um ótimo jogo de tiro em um mundo 'semi-aberto'. Você não vaga por uma ilha totalmente livre como no "Crysis" original - ou no recente "Far Cry 3". Aqui, o jogador avança para áreas fechadas, mas bem grandes, dentro das quais tem liberdade para lidar com os inimigos da forma que preferir.

    Com os poderes da Nanosuit, o traje super-tecnológico que é marca registrada da série, "Crysis 3" se adapta ao seu estilo de jogo: você pode aprimorar as características de resistência (que deixa o herói à prova de balas), furtividade (fique invisível como o Predador), força e velocidade da armadura com os pontos de 'upgrade' que encontra explorando o cenário. É possível criar várias combinações de características e trocar entre elas em um menu bem fácil de usar - o que estimula a experimentação.

    No arsenal de Prophet, a grande novidade é o Predator Bow: um arco digno do Gavião Arqueiro dos Vingadores. Com várias flechas diferentes, o arco é a única arma que não desativa a invisibilidade da Nanosuit quando disparada. Você pode atirar flechas explosivas, eletrocutar inimigos ou simplesmente acabar com eles com ataques certeiros e silenciosos.

    A comparação com "Far Cry 3" é válida, mas o arco de "Crysis 3" sai ganhando: é uma arma fácil de usar, precisa e que, junto com a Nanosuit, transmite a sensação de que você está no controle de um super-assassino futurista e o resto do jogo é seu campo de caça.
  • Bom roteiro e atuação
  • O espetáculo visual de "Crysis 3" se justifica no desenrolar da aventura. A atuação dos personagens com quem Prophet se envolve, especialmente seu parceiro Psycho, é muito bem reproduzida na tela, com expressões de sarcasmo, raiva, alegria e tudo que se espera de seres humanos lidando com uma situação de crise absurda - e também com seus conflitos pessoais, que não são de forma alguma menores em importância para cada um deles.

    O ator David Kennedy dá vida ao personagem Michael "Psycho" Sykes, um ex-agente da Cell que teve sua Nanosuit arrancada pela corporação. Em busca de vingança, Sykes liberta Prophet e lidera um grupo paramilitar na invasão ao Liberty Dome. Outros personagens, como Claire, crescem em importância ao longo da trama, rendendo ótimos momentos.

    O game não possui dublagem em português - e seria difícil se equiparar ao ótimo trabalho de voz apresentado pelos atores originais - mas é uma pena que também descarte a opção de legendas em nosso idioma.

    A trama de "Crysis 3" é curta e bem apresentada, concluindo a saga iniciada lá em 2007. Para quem chegou agora, o jogo traz um resumo da história, mas o ideal é jogar ao menos o título anterior, "Crysis 2", antes de embarcar nessa aventura.
  • Multiplayer competitivo
  • Para compensar a campanha curtinha, "Crysis 3" oferece um modo multiplayer bastante completo, com várias modalidades de jogo, bons mapas e um sistema de evolução e personalização que segue de perto a fórmula estabelecida por "Call of Duty" - mas com as devidas diferenças provocadas pela Nanosuit.

    Os modos de jogo vão desde os tradicionais mata-mata em equipe e variações de rouba-bandeira e captura de objetivos até o tenso "Hunted", em que um jogador está o tempo todo invisível graças à Nanosuit e os demais controlam agentes da Cell em sua cola. O papel de caça e caçador se alterna conforme os soldados abatidos mudam de time, deixando as coisas bastante empolgantes perto do final da partida.

    Outras modalidades, como "Crash Site" - onde dois times lutam para dominar pontos estratégicos que surgem no mapa - rendem partidas frenéticas, principalmente pelo desenho dos mapas: são arenas pequenas, com vários andares, túneis secretos e pontos para emboscadas.

    Você evolui seu personagem mais ou menos no mesmo ritmo de "Black Ops II", ganhando um nível a cada 3 ou 4 partidas. Conforme progride, libera novas armas e aprimoramentos, diferentes daqueles da campanha solo. Pouco a pouco, o sistema de evolução permite moldar o personagem ao estilo do jogador.

10 de abr. de 2013

Review Bioshock Infinite



BioShock Infinite é o terceiro título da franquia de sucesso da 2K Games. Trazendo uma proposta de mudança na ambientação da série e de evolução da experiência de jogo, Infinite apresenta um enredo complexo e inteligente, gráficos incríveis e uma jogabilidade renovada.
BioShock Infinite (Foto: Divulgação)

Do fundo do mar ao topo das nuvens

A primeira cena de BioShock Infinite resume bem a postura do novo jogo em relação a seus dois antecessores. O novo protagonista, o agente Booker DeWitt, aparece em um pequeno barco no meio do mar e se dirige a uma espécie de capsula de lançamento, que o projeta às alturas, levando-o à Columbia, cidade flutuante. A metáfora de deixar o oceano e seguir para o céu é bastante clara e mostra tanto a disposição de mudar, quanto o respeito pelo que já foi feito em BioShock e BioShock 2.
Ao longo do jogo é possível notar que a atmosfera pesada dos corredores claustrofóbicos de Rapture foi deixada para trás, dando lugar à viva e iluminada Columbia. Aos poucos a curiosa cidade revela seus segredos ao jogador através dos olhos do personagem DeWitt, que representa outra mudança na série. Booker rompe o silêncio dos antigos protagonistas e participa ativamente dos diálogos do jogo, mostrando sua personalidade forte.
BioShock Infinite (Foto: Divulgação)

Inicialmente a impressão é de que a jogabilidade está praticamente inalterada em BioShock Infinite. As armas de fogo, os poderes, os itens espalhados por todo canto, as mensagens de rádio, as barras de vida e energia, tudo está presente. Entretanto, com a chegada de Elizabeth na trama, as verdadeiras mudanças se apresentam, e agradam.
Pouco antes de encontrar Elizabeth, DeWitt cai em uma confusão e logo o jogador percebe que só poderá carregar duas armas de cada vez. A mudança pode parecer punitiva, mas na verdade acaba contribuindo para a dinâmica do jogo. Não será mais possível escolher suas três ou quatro armas prediletas e jogar do início ao fim com elas. Será preciso se adaptar aos diversos desafios do game e fazer escolhas inteligentes sobre que armas carregar consigo. Por exemplo, em uma parte da história com tiroteios à distância, não faz sentido ter uma escopeta e sim um lança-granadas ou um rifle para longas distâncias. A novidade força o jogador a ‘se virar’ com armamentos que ele não domina tão bem, necessitando improvisar para manter Booker vivo.
A belza Elizabeth em BioShock Infinite (Foto: Divulgação) (Foto: A belza Elizabeth em BioShock Infinite (Foto: Divulgação))

As grandes inovações são apresentadas com a chegada de Elizabeth na trama. Felizmente a personagem não faz o tipo ‘donzela indefesa em perigo’ e não precisa ser salva a cada combate. Na verdade, é Elizabeth que ajuda o jogador nos momentos de aperto, seja procurando munição extra, avisando sobre a chegada de inimigos ou utilizando sua habilidade especial. Elizabeth consegue abrir portais que distorcem o tempo e o espaço e pode trazer objetos inteiros de outras realidades para dentro do campo de batalha, como um balão automatizado que atira em seus inimigos.
Outra ótima notícia para os fãs da série é a melhoria no sistema de morte/renascimento. Diferente dos outros BioShocks, nos quais o jogador renascia com o que havia restado de munição e energia (Eve), em Infinite você volta (mais uma vez com a ajuda de Elizabeth) com os recursos que possuía antes do último combate ter começado. Deste modo, é possível repensar sua estratégia e começar praticamente do zero, ao invés de simplesmente lutar com o que restou da última surra que você tomou no jogo.
Um fator que também merece ser citado é o sistema de trilhos, bastante explorado nos vídeos promocionais. Utilizando um gancho de mão (que serve também como arma) é possível viajar em alta velocidade pelos trilhos de Columbia, atingindo locais mais altos e surpreendendo inimigos pelo alto. O mecanismo adiciona bastante agilidade ao combate do jogo e serve como uma forma diferente de explorar o cenário, fugindo das longas caminhadas de BioShock e BioShock 2.
BioShock Infinite (Foto: Divulgação)
As habilidades receberam alterações interessantes, como os poderosos corvos e o divertido poder de levitação de inimigos, e os equipamentos funcionam de forma automática, bastando ao jogador escolher os efeitos que mais o agradam. Além disso, saem de cena o Big Daddy e a Big Sister, e entram os Handymen, os Patriotas, os Incendiários, o gigantesco Songbird e outros. Para dificultar um pouco mais, a maioria deles é imune a alguma habilidade (os Incendiários não são afetados pelas bombas do Beijo do Diabo, por exemplo).
O aumento na variedade de mini-chefes força o jogador a priorizar melhor seus alvos durante os combates, abatendo primeiro os que o oferecem mais perigo, já que ao longo do jogo eles costumam aparecer em bandos.
Mundos paralelos e muitas perguntas a serem respondidas

A história de BioShock Infinite se passa antes dos acontecimento do primeiro BioShock. O enredo traz alguns elementos bastante conhecidos da franquia, como o protagonista inicialmente sem passado e a temática da distopia, representada pela decadência de uma sociedade repleta de seguidores fanáticos liderados por um tirano. Em Infinite a história gira em torno de três eixos, os passados de DeWitt e de Elizabeth e a história da misteriosa cidade, Columbia. Acrescente a isso o poder da donzela de alterar a realidade e o resultado é uma complexa rede que liga universos paralelos que convergem em uma trama principal.
BioShock Infinite (Foto: Divulgação) (Foto: BioShock Infinite (Foto: Divulgação))
O patriarca Comstock representa o líder autoritário de Columbia e luta contra o grupo rebelde Vox Populi, liderado pela ativista Fitzroy. Ambos os lados possuem sua parcela de seguidores que combatem entre si, transformando Columbia em um campo de guerra flutuante. Porém, ao viajar entre as diferentes realidades através do poder de Elizabeth, é possível ver versões diferentes da história, nas quais os papéis de invertem. Sendo assim, não há um vilão e um mocinho, mas há sentido na trama, que vai se revelando aos poucos com as reviravoltas e descobertas dos personagens.
Sendo um pontos mais fortes de BioShock Infinite, a história é densa e bem trabalhada, com revelações bem distribuídas ao longo da campanha, o que mantém o interesse do jogador em alta durante as horas de jogo. Deste modo, Infinite irá agradar a quem busca mais do que apenas tiroteio em um game.
Columbia encanta em cada detalhe

Os gráficos e a parte sonora de BioShock Infinite são simplesmente impecáveis. A cidade de Columbia é deslumbrante em cada detalhe, seja a iluminação, a riqueza de objetos em cena ou a movimentação fluida dos personagens. Tudo demonstra grande dedicação e cuidado da equipe de desenvolvimento do jogo. Além disso, a cidade parece ter vida própria. Em uma praça, por exemplo, as pessoas andam e conversam em voz alta, e não apenas quando se aproxima e clica nos personagens. DeWitt e Elizabeth também são comunicativos e iniciam diálogos com outras pessoas de forma espontânea, sem a intervenção do jogador. Tudo isso ajuda na experiência de imersão proporcionada pelo game.
Bioshock Infinite (Foto: Divulgação) (Foto: Bioshock Infinite (Foto: Divulgação))
Falhas nas engrenagens de Columbia

Infelizmente nada é perfeito e BioShock Infinite também tem sua parcela de defeitos. O mais grave deles é a ocorrência de travamentos e quedas de frames. Toda a robustez gráfica cobra seu peso e prejudica o desempenho do jogo, que em diversos momentos não roda a 60 frames e sofre com congelamentos incômodos mesmo em máquinas que suportam títulos atuais sem problemas. Deste modo, muitos jogadores terão que se contentar em jogar Infinite em uma configuração reduzida, não podendo aproveitar todo o potencial gráfico do game.
Na versão de consoles, há uma opção para que o jogo rode sempre a 60 frames, porém a qualidade é prejudicada em certos momentos para manter o desempenho do game estável.
Conclusão

BioShock Infinite traz finalmente as inovações que os fãs queriam ter visto em BioShock 2 e surpreende ao elevar a franquia a um novo e mais alto patamar de qualidade. A presença da personagem Elizabeth é um dos grandes acertos do jogo, permitindo uma interação fluida com o protagonista tanto na complexa e inteligente história, quanto nos combates frenéticos. Os gráficos são outro trunfo de Infinite, com iluminação, níveis de detalhes e movimentação impecáveis. Infelizmente o desempenho é prejudicado com quedas de frames constantes e travamentos.



Veja como o game foi avaliado nos sites abaixo: