10 de abr. de 2013

Review Bioshock Infinite



BioShock Infinite é o terceiro título da franquia de sucesso da 2K Games. Trazendo uma proposta de mudança na ambientação da série e de evolução da experiência de jogo, Infinite apresenta um enredo complexo e inteligente, gráficos incríveis e uma jogabilidade renovada.
BioShock Infinite (Foto: Divulgação)

Do fundo do mar ao topo das nuvens

A primeira cena de BioShock Infinite resume bem a postura do novo jogo em relação a seus dois antecessores. O novo protagonista, o agente Booker DeWitt, aparece em um pequeno barco no meio do mar e se dirige a uma espécie de capsula de lançamento, que o projeta às alturas, levando-o à Columbia, cidade flutuante. A metáfora de deixar o oceano e seguir para o céu é bastante clara e mostra tanto a disposição de mudar, quanto o respeito pelo que já foi feito em BioShock e BioShock 2.
Ao longo do jogo é possível notar que a atmosfera pesada dos corredores claustrofóbicos de Rapture foi deixada para trás, dando lugar à viva e iluminada Columbia. Aos poucos a curiosa cidade revela seus segredos ao jogador através dos olhos do personagem DeWitt, que representa outra mudança na série. Booker rompe o silêncio dos antigos protagonistas e participa ativamente dos diálogos do jogo, mostrando sua personalidade forte.
BioShock Infinite (Foto: Divulgação)

Inicialmente a impressão é de que a jogabilidade está praticamente inalterada em BioShock Infinite. As armas de fogo, os poderes, os itens espalhados por todo canto, as mensagens de rádio, as barras de vida e energia, tudo está presente. Entretanto, com a chegada de Elizabeth na trama, as verdadeiras mudanças se apresentam, e agradam.
Pouco antes de encontrar Elizabeth, DeWitt cai em uma confusão e logo o jogador percebe que só poderá carregar duas armas de cada vez. A mudança pode parecer punitiva, mas na verdade acaba contribuindo para a dinâmica do jogo. Não será mais possível escolher suas três ou quatro armas prediletas e jogar do início ao fim com elas. Será preciso se adaptar aos diversos desafios do game e fazer escolhas inteligentes sobre que armas carregar consigo. Por exemplo, em uma parte da história com tiroteios à distância, não faz sentido ter uma escopeta e sim um lança-granadas ou um rifle para longas distâncias. A novidade força o jogador a ‘se virar’ com armamentos que ele não domina tão bem, necessitando improvisar para manter Booker vivo.
A belza Elizabeth em BioShock Infinite (Foto: Divulgação) (Foto: A belza Elizabeth em BioShock Infinite (Foto: Divulgação))

As grandes inovações são apresentadas com a chegada de Elizabeth na trama. Felizmente a personagem não faz o tipo ‘donzela indefesa em perigo’ e não precisa ser salva a cada combate. Na verdade, é Elizabeth que ajuda o jogador nos momentos de aperto, seja procurando munição extra, avisando sobre a chegada de inimigos ou utilizando sua habilidade especial. Elizabeth consegue abrir portais que distorcem o tempo e o espaço e pode trazer objetos inteiros de outras realidades para dentro do campo de batalha, como um balão automatizado que atira em seus inimigos.
Outra ótima notícia para os fãs da série é a melhoria no sistema de morte/renascimento. Diferente dos outros BioShocks, nos quais o jogador renascia com o que havia restado de munição e energia (Eve), em Infinite você volta (mais uma vez com a ajuda de Elizabeth) com os recursos que possuía antes do último combate ter começado. Deste modo, é possível repensar sua estratégia e começar praticamente do zero, ao invés de simplesmente lutar com o que restou da última surra que você tomou no jogo.
Um fator que também merece ser citado é o sistema de trilhos, bastante explorado nos vídeos promocionais. Utilizando um gancho de mão (que serve também como arma) é possível viajar em alta velocidade pelos trilhos de Columbia, atingindo locais mais altos e surpreendendo inimigos pelo alto. O mecanismo adiciona bastante agilidade ao combate do jogo e serve como uma forma diferente de explorar o cenário, fugindo das longas caminhadas de BioShock e BioShock 2.
BioShock Infinite (Foto: Divulgação)
As habilidades receberam alterações interessantes, como os poderosos corvos e o divertido poder de levitação de inimigos, e os equipamentos funcionam de forma automática, bastando ao jogador escolher os efeitos que mais o agradam. Além disso, saem de cena o Big Daddy e a Big Sister, e entram os Handymen, os Patriotas, os Incendiários, o gigantesco Songbird e outros. Para dificultar um pouco mais, a maioria deles é imune a alguma habilidade (os Incendiários não são afetados pelas bombas do Beijo do Diabo, por exemplo).
O aumento na variedade de mini-chefes força o jogador a priorizar melhor seus alvos durante os combates, abatendo primeiro os que o oferecem mais perigo, já que ao longo do jogo eles costumam aparecer em bandos.
Mundos paralelos e muitas perguntas a serem respondidas

A história de BioShock Infinite se passa antes dos acontecimento do primeiro BioShock. O enredo traz alguns elementos bastante conhecidos da franquia, como o protagonista inicialmente sem passado e a temática da distopia, representada pela decadência de uma sociedade repleta de seguidores fanáticos liderados por um tirano. Em Infinite a história gira em torno de três eixos, os passados de DeWitt e de Elizabeth e a história da misteriosa cidade, Columbia. Acrescente a isso o poder da donzela de alterar a realidade e o resultado é uma complexa rede que liga universos paralelos que convergem em uma trama principal.
BioShock Infinite (Foto: Divulgação) (Foto: BioShock Infinite (Foto: Divulgação))
O patriarca Comstock representa o líder autoritário de Columbia e luta contra o grupo rebelde Vox Populi, liderado pela ativista Fitzroy. Ambos os lados possuem sua parcela de seguidores que combatem entre si, transformando Columbia em um campo de guerra flutuante. Porém, ao viajar entre as diferentes realidades através do poder de Elizabeth, é possível ver versões diferentes da história, nas quais os papéis de invertem. Sendo assim, não há um vilão e um mocinho, mas há sentido na trama, que vai se revelando aos poucos com as reviravoltas e descobertas dos personagens.
Sendo um pontos mais fortes de BioShock Infinite, a história é densa e bem trabalhada, com revelações bem distribuídas ao longo da campanha, o que mantém o interesse do jogador em alta durante as horas de jogo. Deste modo, Infinite irá agradar a quem busca mais do que apenas tiroteio em um game.
Columbia encanta em cada detalhe

Os gráficos e a parte sonora de BioShock Infinite são simplesmente impecáveis. A cidade de Columbia é deslumbrante em cada detalhe, seja a iluminação, a riqueza de objetos em cena ou a movimentação fluida dos personagens. Tudo demonstra grande dedicação e cuidado da equipe de desenvolvimento do jogo. Além disso, a cidade parece ter vida própria. Em uma praça, por exemplo, as pessoas andam e conversam em voz alta, e não apenas quando se aproxima e clica nos personagens. DeWitt e Elizabeth também são comunicativos e iniciam diálogos com outras pessoas de forma espontânea, sem a intervenção do jogador. Tudo isso ajuda na experiência de imersão proporcionada pelo game.
Bioshock Infinite (Foto: Divulgação) (Foto: Bioshock Infinite (Foto: Divulgação))
Falhas nas engrenagens de Columbia

Infelizmente nada é perfeito e BioShock Infinite também tem sua parcela de defeitos. O mais grave deles é a ocorrência de travamentos e quedas de frames. Toda a robustez gráfica cobra seu peso e prejudica o desempenho do jogo, que em diversos momentos não roda a 60 frames e sofre com congelamentos incômodos mesmo em máquinas que suportam títulos atuais sem problemas. Deste modo, muitos jogadores terão que se contentar em jogar Infinite em uma configuração reduzida, não podendo aproveitar todo o potencial gráfico do game.
Na versão de consoles, há uma opção para que o jogo rode sempre a 60 frames, porém a qualidade é prejudicada em certos momentos para manter o desempenho do game estável.
Conclusão

BioShock Infinite traz finalmente as inovações que os fãs queriam ter visto em BioShock 2 e surpreende ao elevar a franquia a um novo e mais alto patamar de qualidade. A presença da personagem Elizabeth é um dos grandes acertos do jogo, permitindo uma interação fluida com o protagonista tanto na complexa e inteligente história, quanto nos combates frenéticos. Os gráficos são outro trunfo de Infinite, com iluminação, níveis de detalhes e movimentação impecáveis. Infelizmente o desempenho é prejudicado com quedas de frames constantes e travamentos.



Veja como o game foi avaliado nos sites abaixo:

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